- Área: 192 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Walter Gustavo Salcedo
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Fabricantes: HACHE Amoblamientos, Patagonia Flooring, Quinta Fachada
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto é desenvolvido em uma pequena área urbana da cidade de Rosário, Argentina, a poucos metros do cruzamento de duas ruas, entre dois edifícios. O primeiro deles, em uma esquina, com uma altura de 30 metros e o segundo em uma escala média de 19 metros de altura. Neste terreno havia uma residência típica do lote urbano datado de 1920. Na calçada, em relação direta com o solo, existem ainda duas árvores de aproximadamente 30 metros de altura. É inevitável descrever este projeto sem primeiro entender a natureza preexistente do terreno, uma vez que isso marca fortemente sua diretriz.
Quando a cidade se condensa, em resposta, os espaços se acumulam e crescem verticalmente. A casa é proposta em uma tipologia triplex para oferecer uma solução programática e ao mesmo tempo ter a possibilidade de gerar espaços interiores e exteriores que ganham ventilação e iluminação natural, além de dialogar verticalmente com as escalas urbanas que a cercam, com seus prédios vizinhos e as árvores em sua parte frontal.
Um pedaço de concreto que se dobra sobre si mesmo está embutido no espaço entre os edifícios na habitação pré-existente, completando o vazio urbano. Esta peça é estrutura e ambiente ao mesmo tempo e, por sua vez, representa a linguagem do trabalho. O concreto armado é escolhido como uma estratégia construtiva para resolver grandes aberturas, obtendo a possibilidade de construir lajes de empena à empena e, assim, gerar plantas livres, flexíveis e versáteis.
O térreo é considerado como um grande espaço polivalente - garagem, churrasqueira, lavandaria, depósito, oficina -, isto é alcançado esvaziando a casa existente e completando o espaço onde o pátio estava com uma fita concreto que assume diferentes formas em resposta à diferentes necessidades, uma escada no térreo, um pátio, canteiro e piscina no primeiro pavimento.
Esse nível é o coração da casa: sala de estar, cozinha e pátio coexistem em um diálogo direto e contínuo, a divisão entre o interior e o exterior é feita por meio de grandes janelas que garantem a continuidade visual dos espaços e que, ao abrirem-se totalmente, também dão origem a uma conexão física sem limites, transformando o espaço coberto em semi-coberto.
No segundo pavimento há uma área privada, as áreas molhadas estão localizadas nas empenas e condicionam a distribuição da planta o mínimo possível, desta forma as salas são divididas por painéis que permitem futuras modificações. A versatilidade do espaço é priorizada.
O projeto busca dialogar com a escala urbana sem perder a escala doméstica. A verticalidade da moradia permite a simultaneidade e variedade de situações em um pequeno vazio que a densificação da cidade não havia completado.